terça-feira, 16 de outubro de 2007

O Corpo Fala

A inclusão do nu em anúncios publicitários surgiu a partir da necessidade de chamar a atenção do consumidor. A partir da linguagem de sedução de nível lingüístico, pictórico e musical, criou-se o apelo da expressão corporal em seu estado natural.
Mostrar o ser humano semi ou completamente nu em anúncio significa mostrar o estado primitivo da humanidade e por isto, familiar para quem vê.
Desde os tempos bíblicos o nu era aceito. No livro de Gênesis cita-se Adão e Eva, quando na cultura judaico-cristã, a nudez era pura e desprovida de erotismo e ou vergonha, até o momento do pecado e da expulsão do Éden.
Na cultura ocidental o nu está presente em diversas manifestações artísticas, com personagens mitológicas, gregas e latinas, na literatura, música, escultura, pintura, etc.
A partir do contexto polêmico criamos esse blog a fim de discurtimos e trocarmos opiniões sobre a importância e aplicação do nu na publicidade, entendendo o que o corpo expressa em cada anúncio.
Lucíola Oliveira

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Pornô chique










Tudo começou com a Dior: por certa e líquida influência de seu estilista, o iconoclasta profissional John Galliano, no ano passado a grife cobriu os cartazes de rua de Paris com "mecânicas" seminuas, sujas de graxa, em insinuante, digamos, interação com peças de caminhão. Pronto .... estava aberto um filão publicitário que todas as grandes marcas francesas se apressaram em explorar.
Propaganda de moda (e de leite, de chocolate, o que for) que se preze hoje na França tem de misturar glamour, nudez e um toque de perversão. A novidade é o toque de perversão. Na França, como no Brasil, o uso do apelo erótico na publicidade tem uma longa história.
O que chama a atenção na onda atual é o clima pornô-chique, em que a sutileza dá lugar a cenas cada vez mais explícitas. Exemplos em cartaz: a boca cheia de dedos do anúncio da Gucci, o anúncio do perfume Opium, de Saint Laurent, no qual a modelo inglesa Sophie Dahl veste apenas um colar de brilhantes e aquele inconfundível olhar vocês sabem do quê.
A disseminação da publicidade de alta voltagem sexual criou uma tensão inevitável entre duas tendências arraigadamente francesas: a tradição de liberalismo e tolerância consagrada em séculos de história e o movimento feminista, que lá ainda sobrevive em sua forma original.
Na briga, o golpe mais recente veio sob a forma de uma verdadeira contrapropaganda: uma série de anúncios da cadeia de calçados Eram, intitulada "Nenhum corpo de mulher é explorado neste anúncio", que acaba de ganhar o prêmio Publicidade do Ano. Um cartaz premiado anuncia um moderníssimo par de botas pretas, e quem as calça é um avestruz. Em outro, é um homem nu quem posa de sapatos de salto alto. Os criadores juraram que não se trata de provocação e conclamaram as feministas a rir junto com eles, numa espécie de autocrítica coletiva.

domingo, 14 de outubro de 2007

Boa



Boa?

quem?

a cerveja ou a Juliana Paes?

A construção plástica de um ideal de beleza

É possível identificar facilmente a importância que é dada pela produção dos comerciais no que diz respeito à aparência estética dos seus atores, que são sempre muito bem apessoados, vestindo ou despindo roupas da última moda e sempre com seus corpos exuberantes em absoluto destaque. Um padrão estético de beleza foi criado e estabelecido ao longo dos tempos, através da sucessão de enfoques corporais.

Utilizando de modernos equipamentos tecnológicos e de caríssimos softwares de tratamento de foto e vídeo, além é claro, de hábeis maquiadores e estilistas, os diretores dos anúncios conseguem supervalorizar o corpo humano.

A camada da sociedade que assiste aos comerciais, passa então a desejar possuir corpos tão belos quanto os que são mostrados na tela, para que não sejam de forma alguma comparados na sociedade e consequentemente discriminados em algum nível de entendimento, pois a sociedade passa a valorizar mais aquilo que lhes é mostrado de forma artificial, ao contrário do que muito se vê naturalmente nas ruas.

Há ainda os comerciais do tipo: antes e depois ou como podemos ver através do polêmico comercial americano criado para a DOVE envolvendo corpos nus de pessoas mais velhas, dizendo que não é um comercial "anti-idade, mas a favor dela, incentivando ainda mais temor pelas pessoas de idade avançada que não possuem tão belos corpos.

A frase inicial diz algo como: "Muito velha para fazer parte de um comercial anti-envelhecimento". Encerra-se surpreendendo: "Mas este não é um comercial anti-envelhecimento. É a favor da idade."



Apesar da frase ter sido associada às modelos do comercial, a mulher tele-espectadora poderá se sentir acuada, ignorando que no anúncio são mostradas apenas modelos ou exceções de mulheres mais velhas com corpos joviais ou no mínimo bem conservados e então ter vontade de ir às lojas no intuito de reverter o suposto problema corporal.

É claro que isto ocorre de uma maneira bem branda e esta é uma crítica mais "pesada", caso contrário não haveria nu na publicidade e muito menos o convencimento acertado do consumidor por parte dos anunciantes. Anunciar é importante evidentemente por diversos fatores, como o fluxo de capital mundo afora, principalmente em nossa Economia, etc etc etc.

Mulheres em propagandas de cerveja.

As propagandas de cerveja têm explorado a mercantilização do corpo da mulher, disseminando estereótipos e preconceitos, desrespeitando os direitos humanos das mulheres através da difusão de um padrão de beleza (mulher jovem, branca e magra) e de imagens que fragmentam o corpo da mulher (destacando seios, bundas, púbis), e ainda discriminam mulheres idosas e incitam o interesse sexual em relação a meninas e adolescentes. Essas campanhas publicitárias tem a seguinte estratégias:- reforçam a apropriação do corpo da mulher com fins utilitários e mercadológicos;- sugeram formas de discriminação (racial, de geração, por orientação sexual ou de qualquer outro tipo); contribuem de alguma forma (com imagens, slogans e outros recursos publicitários) para a desigualdade da mulher no âmbito privado ou público; ou incentivem "padrões estereotipados de comportamento e práticas sociais e culturais baseadas em conceitos de inferioridade ou subordinação da mulheras propagandas de cerveja que têm explorado a mercantilização do corpo da mulher."
As propagandas são todas assim, sempre fazendo coisificação do público feminino.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

A Propaganda e os valores humanos

Estamos enfrentando uma guerra visual entre o pudor e o promíscuo. O valor do nu artístico já não é tão válido na Publicidade brasileira.

As propagandas tem sido apelativas, explorando a imagem de corpos nus ou semi nus. Para quê existe a necessidade de colocar dois corpos sob um lençol, sugerindo uma cena de sexo entre determinado casal para evidenciar tal marca?

Por quê não colocar uma foto tri-dimensional da fibra utilizada na constituição desse lençol ou algo que demonstre a característica verdadeira do produto, tal como tecnologia, durabilidade, entre outros?

Existe um estímulo sensorial exacerbado nas propagandas. Tomando como exemplo diversas campanhas realizadas na Ásia, especificamente na Índia, onde existe um mito de ser este país extremamente conservador e machista, onde nós os ocidentais acreditamos que a mulher não é valorizada e respeitada, prova-se que isto é um grande equívoco. Simplesmente pelo fato da imagem do corpo feminino não ser explorada como no ocidente, principalmente no Brasil, onde vivemos uma espécie de carnaval 365 dias ao ano.

Na india, o corpo feminino merece valor e respeito. As crianças indianas são tratadas como crianças. Aqui no Brasil, as crianças são desde cedo atacadas por um bombardeio de informações e de exigêncais completamente descabidas às suas faixas etárias.

As meninas brasileiras devem se vestir como mulheres maduras e os produtos para estas meninas são oferecidos muitas vezes por adultos. A Sandalinha da Eliane por exemplo, é vendida por ela prórpia, mulher feita, casada e não por crianças. Isto não estimula o lado infantil, lúdico e é possível que cause uma série de problemas ortopédicos (crianças não devem usar salto).

David Olgivy, um dos maiores Publicitários do mundo disse em seu livro "Confissões de um Publicitário" que um profissional da área jamais deve anunciar um produto ou serviço que não gosta ou acredita de coração.

Onde está a ética por parte dos fabricantes e por parte da empresas publicitárias
que oferecem produtos desapropriados e ou desapropriadamente ao público alvo?
Deixando de lado os produtos, que não são o cerne da questão, fica aqui para discussão este contraste cultural entre América Latina tão caliente e o mundo asiático, sempre mais conservador e espiritualista.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O Problema

Acredito que o problema não esteje no nu em si mesmo, mas o problema está em que imagem estão transmitindo, por exemplo uma propaganda de cerveja, geralmente é um bar cheio de homens e com algumas mulheres, mais a atenção está totalmente virada para a mulher, porque está semi nua e passando a idéia do sexo, isso fica totalmente explicito, um monte de homens babando em uma mulher quase nua, ai entra o papel da mulher objeto, nesse caso não se trata de uma propaganda inteligente muito menos criativa, o que interessa nessas propagandas é "mulher gostosa", a mulher não precisa ser mais nada, somente gostosa e basta, e como todo objeto perde o seu valor com o tempo, a mulher vem perdendo o seu, se encaixando no perfil mulher objeto, que depois que envelhece não serve pra mais nada.

Acredito que a luta por mais respeito na mídia seje muito longa ainda, mas esse tema já está em discussão a muito tempo, o Instituto Patrícia Galvão, com apoio da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM) e do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), realizará a 4ª edição do Seminário Nacional "A Mulher e a Mídia" no Rio de Janeiro, dias 22 e 23 de setembro de 2007, no Hotel Novo Mundo (Praia do Flamengo, 20). As discussões giram em torno de temas como:

Valores, opinião e o protagonismo das mulheres; TV e as questões que envolvem os direitos das mulheres, a mídia desqualifica as mulheres no poder, a falta de sintonia frente aos novos tempos e a insensibilidade da mídia na relação com as mulheres no poder
Cultura, comunicação e uma mídia não-discriminatória, difusão de imagens não-discriminatórias e não-estereotipadas das mulheres; construção de mecanismos de controle social nos meios de comunicação, as mulheres e as novas fronteiras da mídia.

E muito mais...
http://www.patriciagalvao.org.br/novo2/seminarioamulhereamidia4.htm


Fernanda Coelho

Nudismo é sinônimo de polêmica





Na Itália o nudismo virou polêmica. A exploração do corpo feminino em publicidade, acabou se transformando em debate nacional, onde críticos vêem estes acontecimentos como perda das conquistas feministas.
Essas imagens são de uma campanha criada pela DPZ (São Paulo) de uma marca de chocolates. São dois corpos femininos e nus, simbolizando o chocolate branco e o chocolate preto. Mas com criatividade a DPZ mostra isso sem nenhum tipo de preconceito.



Fernanda Coelho

domingo, 7 de outubro de 2007

A Publicidade sem o nu

Será que a publicidade teria o mesmo efeito sem explorar a nudez? Bom na verdade se as campanhas estão sempre mostrando o nu, de alguma forma ele é muito importante na publicidade, mesmo que tenha se tornado nos dias de hoje uma coisa muito normal e banalizada. As campanhas deverião investir em alguma forma de inovação que supere o nu e que faça com que ele se camufle por algum tempo, antes que perca a graça literalmente.
Marcela Vieira

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

O nu com embasamento social

O nu, até mesmo por questões instintivo-biológicas, quase sempre nos leva a uma associação com o ato sexual.
Entretanto, vários foram os fatores históricos que contribuíram para a, vamos assim dizer, restrição de sua publicidade (latu sensu), tais como: tentativa de controle do crescimento populacional desenfreado, fortalecimento do instituto da família como núcleo social, DST's, dentre outros.
Para boa parte da população, portanto, sexo passou a ser tabú e, conseqüentemente, algo que desperta a atenção.
Nada melhor, então, para ser utilizado na publicidade (agora, strictu sensu), principalmente de produtos sem atrativos intrínsecos ou de pouca importância individual e social,(tais como bebidas alcoólicas, produtos de beleza, artigos de luxo etc....).
Assim, procura-se caracterizar tais produtos como fomentadores do ato sexual. Entretanto, em sua grande maioria, não passa de um sofisma.
Apenas a título de exemplo:
O consumo de determinada bebida alcoólica possivelmente fomentará o desejo sexual, mas certamente prejudicará o desempenho em si.
O uso de determinado cosmético possivelmente fomentará a beleza de um dos parceiros, mas tal embelezamento não passará de mera ilusão.
A propriedade de determinado bem de luxo pode gerar interesse em um parceiro, mas tal interesse não tem como foco o sujeito em si, mas sim o objeto.
Assim, associar o nu a qualquer produto comercial, não passa de mera tentativa de engodo, ainda que muitas vezes com êxito.
Apenas seu uso em campanhas publicitárias relacionadas às questões biológicas em si, principalmente voltadas para a cura de doenças, seria justificável.


Petrus Naves

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Nosso Desafio

Com toda essa discussão sobre o nudismo na publicidade na mídia, uma coisa ficou clara
o desafio do publicitário de hoje é fazer com que o nudismo seja mais bem aceito, pois várias campanhas ao redor do mundo que utilizam desse artifício são censuradas. Se essa idéia for usada de forma inusitada, despertará a curiosidade das pessoas. Se o homem ainda assusta quando está nu em campanha é porque a sociedade ainda guarda uma pontinha de patriarquismo, fazendo com que só as mulheres sejam aceitas semi-nuas em propagandas.

No entanto se soubermos aproveitar, enquanto publicitários, a chance de mudarmos a forma como o corpo é trabalhado nas campanhas estaremos contribuindo para a sociedade de uma forma geral.