domingo, 14 de outubro de 2007

A construção plástica de um ideal de beleza

É possível identificar facilmente a importância que é dada pela produção dos comerciais no que diz respeito à aparência estética dos seus atores, que são sempre muito bem apessoados, vestindo ou despindo roupas da última moda e sempre com seus corpos exuberantes em absoluto destaque. Um padrão estético de beleza foi criado e estabelecido ao longo dos tempos, através da sucessão de enfoques corporais.

Utilizando de modernos equipamentos tecnológicos e de caríssimos softwares de tratamento de foto e vídeo, além é claro, de hábeis maquiadores e estilistas, os diretores dos anúncios conseguem supervalorizar o corpo humano.

A camada da sociedade que assiste aos comerciais, passa então a desejar possuir corpos tão belos quanto os que são mostrados na tela, para que não sejam de forma alguma comparados na sociedade e consequentemente discriminados em algum nível de entendimento, pois a sociedade passa a valorizar mais aquilo que lhes é mostrado de forma artificial, ao contrário do que muito se vê naturalmente nas ruas.

Há ainda os comerciais do tipo: antes e depois ou como podemos ver através do polêmico comercial americano criado para a DOVE envolvendo corpos nus de pessoas mais velhas, dizendo que não é um comercial "anti-idade, mas a favor dela, incentivando ainda mais temor pelas pessoas de idade avançada que não possuem tão belos corpos.

A frase inicial diz algo como: "Muito velha para fazer parte de um comercial anti-envelhecimento". Encerra-se surpreendendo: "Mas este não é um comercial anti-envelhecimento. É a favor da idade."



Apesar da frase ter sido associada às modelos do comercial, a mulher tele-espectadora poderá se sentir acuada, ignorando que no anúncio são mostradas apenas modelos ou exceções de mulheres mais velhas com corpos joviais ou no mínimo bem conservados e então ter vontade de ir às lojas no intuito de reverter o suposto problema corporal.

É claro que isto ocorre de uma maneira bem branda e esta é uma crítica mais "pesada", caso contrário não haveria nu na publicidade e muito menos o convencimento acertado do consumidor por parte dos anunciantes. Anunciar é importante evidentemente por diversos fatores, como o fluxo de capital mundo afora, principalmente em nossa Economia, etc etc etc.

4 comentários:

Sabrina Capua disse...

Rodrigo, como eu disse no meu artigo, sempre há uma coisificação do que é o belo e do que será na próxima estação, sendo assim isso sempre muda de acordo com a moda e com o tempo. Isso é uma herança vinda da sociedade.

Anônimo disse...

A questão é complexa, pois a intenção do uso do nu em campanhas publicitárias não pode tornar o ser humano como mais um objeto. Existem vários caminhos a serem percorridos para chegar ao sucesso na divulgação de um produto. Seja qual for o trajeto, é necessário ser elaborado com princípios de igualdade e dignidade.

Anônimo disse...

Sempre o relativo nos bate a porta. Estar velho, moço, vestido ou despido é sempre associado ao estar belo ou não. E o belo ? sempre o povo esquecendo o tanto que este rótulo 'depende' dos olhos que veêm... não fosse assim aquelas polegadas que nos faltaram à nossa miss não estariam matando nossas anoréxas hoje!

Anônimo disse...

Vixe... desculpe a nossa falha ! As polegadas sobraram na nossa miss, e não 'faltaram' como eu postei equivocadamente!